Em 5 de novembro deste ano, a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), divulgou os resultados do PISA (Programme for International Student Assessment).
O PISA é feito a cada 03 anos, o último foi em 2018. Devido à pandemia, foi adiado para 2022 e, agora, em 2023 é possível conhecer o relatório.
Trata-se de uma avaliação global da qualidade do ensino em Instituições públicas e privadas e abrange 81 países. Uma boa parte deste trabalho tem o ensino médio como foco, então os jovens entre 15 e 16 anos é a maioria.
Sabemos que questões socioeconômicas impactam diretamente esses resultados, mas há um dado relevante sobre os alunos com condições financeiras favoráveis, estes também ficaram abaixo da média global em matemática.
Tivemos a pandemia, um período de muito retrocesso para a educação.
O Brasil, segundo o relatório, foi o País menos atingido, ou seja, tivemos uma queda de 5 pontos, na média, em matemática e 3 em leitura, o que é considerado estatisticamente irrelevante para OCDE. Alemanha e EUA tiveram, respectivamente 25 e 13 pontos a menos em suas médias na avaliação de matemática. Isso demonstra maior prejuízo no desempenho dos seus alunos. Apesar, de termos sido menos impactados neste aspecto, o nosso histórico nos desfavorece.
Há muitas informações importantes, gráficos comparativos interessantes, mas precisamos dar ênfase aos nossos problemas. Nossa atuação na área de Desenvolvimento de Pessoas, deve considerar esse contexto. Isso é fato.
Vamos pensar um pouco sobre o nosso dia a dia… buscamos os melhores talentos, as melhores performances, mas há um “pano de fundo” que não pode ser ignorado.
Há segmentos que são mais atingidos do que outros, pela própria natureza do negócio, mas independente disso, em maior ou menos grau, o cenário da educação em nosso País nos afeta. As lacunas que uma formação de baixa qualidade deixam persistem na trajetória profissional e é possível perceber em nosso cotidiano.
Em suma: quais são as nossas responsabilidades em relação a isso?
Podemos dizer que a primeira delas é trazer essa informação para o nosso consciente e lidar com ela, propor intervenções tendo em vista esse cenário.
Um desempenho aquém do esperado, pode ser a falta de compreensão do que está sendo dito, do que está escrito. As razões para isso, podem ser diversas, até mesmo a falta de comprometimento, mas a nossa realidade é adversa e é com ela que estamos lidando.
Em suas análises como líder, por exemplo, não perca isso de vista, as verdadeiras razões para esse ou aquele comportamento, pode lhe surpreender. Então, considere como alternativa colocar em prática as ações que podem ajudar a preencher aquelas lacunas que comentamos.
Ah! sem esquecer de trazer a pessoa para o seu lugar de principal agente no processo de autodesenvolvimento.
